quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Informe Saúde

Boletim Epidemiológico: MS registra 15.351 casos confirmados de dengue

Mato Grosso do Sul já registrou 18.902 casos prováveis de Dengue, sendo 15.351 casos confirmados em 2024, de acordo com dados do boletim da 30ª semana epidemiológica, divulgado nesta segunda-feira (5). Segundo o documento, 28 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 13 estão em investigação.

Nos últimos 14 dias nenhum município de Mato Grosso do Sul registrou alta incidência da doença. Laguna Carapã tem incidência média.

Já os óbitos registrados ocorreram nos municípios de Maracaju, Chapadão do Sul, Coronel Sapucaia, Dourados, Laguna Carapã, Naviraí, Sete Quedas, Amambai, Paranhos, Ponta Porã, Iguatemi, Itaquiraí, Aparecida do Taboado, Mundo Novo, Campo Grande e Bonito. Entre as vítimas, 15 delas possuíam algum tipo de comorbidade.

Vacinação

Ainda conforme o boletim, 64.919 doses do imunizante já foram aplicadas na população-alvo para a vacinação. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 151.339 doses da vacina contra a dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.

A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.

Chikungunya

Em relação à Chikungunya, o Estado já registrou 3.393 casos prováveis, sendo 848 confirmados. Não há óbitos registrados.

A SES alerta que as pessoas devem evitar a automedicação. Em caso de sintomas de dengue ou Chikungunya, a recomendação é procurar uma unidade de saúde do município.

Confira os boletins:

Boletim Epidemiológico Chikungunya SE 30 – 2024

Boletim Epidemiológico Dengue SE 30 – 2024

Marcus Moura, Comunicação SES
Foto: Arquivo

Informe

Previsão do Cemtec para esta sexta-feira é de sol forte e tempo firme em Mato Grosso do Sul

Tempo firme, com sol forte e variação de nebulosidade. Essa é a previsão do tempo do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) para esta sexta-feira (2) em Mato Grosso do Sul. As temperaturas devem se manter acima da média, especialmente pela influência de um sistema de alta pressão atmosférica que impede a formação de nuvens e chuvas.

Durante o dia, a umidade relativa do ar será baixa, variando entre 10% e 30%, o que aumenta o risco de incêndios florestais. A presença de ar seco também resultará em altas amplitudes térmicas, com variações de temperatura superiores a 20°C ao longo do dia.

Em termos de temperaturas, as mínimas devem oscilar entre 18°C e 22°C nas regiões sul, leste e sudeste, enquanto as máximas podem alcançar 29°C a 34°C. Nas regiões pantaneira e sudoeste, as mínimas estarão entre 23°C e 26°C e as máximas entre 34°C e 37°C. Já nas regiões norte e bolsão, as mínimas variam de 17°C a 21°C e as máximas de 32°C a 36°C.

Já na região de Campo Grande, as mínimas devem ficar entre 21°C e 23°C, e as máximas entre 32°C e 34°C nos municípios que compreendem essa faixa.

Os ventos atuarão predominantemente das direções leste, nordeste e norte ao longo do dia, com intensidade variando entre 30 km/h e 50 km/h. Há possibilidade de rajadas de vento superiores a 50 km/h, especialmente no sábado (3) e domingo (4).

Dada a combinação de altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes, recomenda-se que a população evite atear fogo em vegetação ou materiais inflamáveis, e mantenha-se hidratada. A baixa umidade e as condições meteorológicas também podem afetar a qualidade do ar, que deve piorar nos próximos dias, impactando a saúde e o meio ambiente.

Comunicação Governo de MS
Foto: Saul Schramm

Empregos Informe

Mato Grosso do Sul gerou 1.645 empregos formais em junho, com destaque para o comércio

Mato Grosso do Sul ampliou em 1.645 o universo de trabalhadores com carteira assinada no mês de junho, conforme dados divulgados na terça-feira (30) pelo Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O setor do Comércio foi o que mais empregou – 683 trabalhadores – no período, tendo a Indústria em segundo (540), Serviços em terceiro (446) e a Agropecuária em quarto (388 novos postos de trabalho). O setor da Construção apresentou retração com o fechamento de 412 vagas de trabalho.

Com esse resultado, aumentou para 679.144 o estoque de trabalhadores formais no Estado. Desde o início do ano Mato Grosso do Sul já empregou mais 21.179 pessoas com carteira assinada. Esse é o resultado entre as admissões e demissões ocorridas no período. Foram 4.737 em janeiro, 5.931 em fevereiro, 4.260 em março, 2.649 em abril e 1.957 em maio.

Outros recortes interessantes que o Caged traz do perfil desses novos trabalhadores é com relação ao sexo: 1040 são homens e 605 mulheres; instrução escolar – 1345 estudaram até o nível médio; e idade – 1.463 têm entre 18 a 24 anos.

Com relação à distribuição territorial, persiste a concentração em Campo Grande que empregou 1.322 trabalhadores em junho. Dourados vem em segundo com 539 contratações, seguido de Três Lagoas com 393, Sidrolândia com 112 e Água Clara com 99.

João Prestes, Comunicação Semadesc

Informe

Previsão do tempo: frente fria traz leve queda das temperaturas em MS nesta terça-feira

A terça-feira (30) será marcada por uma mudança no tempo em Mato Grosso do Sul. O avanço de uma frente fria oceânica deve afetar a região, fenômeno meteorológico este que trará um aumento na nebulosidade e uma leve queda nas temperaturas, especialmente nas áreas do extremo sul, sudeste e sudoeste do Estado.

De acordo com as previsões do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), as condições meteorológicas para terça incluem sol alternando com nuvens e possibilidade de chuvas fracas, com destaque para as regiões mencionadas. Já nas demais partes do Estado o tempo será predominantemente firme, com sol e variação na quantidade de nuvens.

A umidade relativa do ar se manterá baixa, especialmente durante a tarde, resultando em uma sensação de ar seco.

As temperaturas esperadas para terça-feira variam significativamente de acordo com a localização. Nas regiões sul, sudoeste e sudeste, as mínimas deverão ficar entre 15 e 18°C, com máximas que devem alcançar entre 24 e 26°C. Na região pantaneira, as mínimas ficarão entre 18 e 20°C, enquanto as máximas podem variar de 29 a 34°C.

Para as regiões norte, leste e Bolsão, as mínimas são previstas entre 16 e 19°C e as máximas entre 30 e 35°C. Em Campo Grande, a temperatura mínima deve variar entre 17 e 20°C, e a máxima ficará entre 30 e 32°C. A lista completa pode ser conferida no mapa no final da matéria.

Os ventos também estarão presentes, com direção predominante do quadrante sul, mudando para o leste, e podem atingir velocidades de 30 km/h a 50 km/h. Há a possibilidade de rajadas que ultrapassem os 50 km/h, especialmente em áreas mais expostas.

Apesar dessa queda dos termômetros, a partir de quarta-feira (31) as temperaturas devem voltar a subir, podendo alcançar entre 34 e 37°C nas regiões pantaneira, norte e sudoeste do Estado, sinalizando o retorno de condições mais quentes e secas.

Comunicação Governo de MS
Foto: Bruno Rezende

Informe

Com baixa umidade do ar e sol, MS tem previsão de semana quente e sem chuva

O tempo seco, com sol e poucas nuvens, tem previsão de continuidade durante a semana em Mato Grosso do Sul. A partir desta segunda-feira (22), as temperaturas seguem acima da média e estáveis, além de baixo valor de humidade relativa do ar, entre 10% a 30%.

Durante a noite e ao amanhecer, as temperaturas mínimas permanecem amenas, porém ao longo do dia, as máximas estarão em gradativa elevação devido à presença do ar seco.

Entre hoje (22) e quinta-feira (25), a previsão indica tempo firme com sol e poucas nuvens sobre o Estado. Essa situação metrológica ocorre devido à atuação de um sistema de alta pressão atmosférica que inibe a formação de nuvens e chuvas, favorecendo o tempo quente e seco.

“Além disso, haverá predomínio do ar seco. Aliado abaixo do valor de umidade relativa do ar, entre 10 a 30%”, explicou a meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Templo e do Clima).

Em relação à previsão das temperaturas, são esperadas mínimas entre 13°C a 17°C e máximas entre 26°C a 32°C para as regiões Sul, Leste e Sudeste. Nas regiões Pantaneira e Sudoeste, as mínimas devem ficar entre 16°C e 20°C e as máximas entre 32°C a 36°C. Para as regiões Norte e Bolsão, a previsão é de mínimas entre 14°C a 16°C e máximas entre 29°C a 34°C.

Em Campo Grande, são esperadas mínimas entre 17°C a 19°C e máximas entre 28°C e 31°C. Os ventos atuam do quadrante leste, variando entre sudeste, leste e nordeste, com valores entre 40 a 60 km/h e podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.

Informações Informe

Prefeitura de Dourados abre novo concurso público

Fotos: Kátia Kuratone/Prefeitura de Dourados

A Prefeitura de Dourados publicou no Diário Oficial Suplementar desta segunda-feira, dia 1º, um novo edital para concurso público para provimento de 172 vagas em cargos de nível fundamental, nível médio/técnico e de nível superior, mais formação de cadastro de reserva do quadro de pessoal do município.

O Prefeito fez o anúncio durante uma visita à UBS (Unidade Básica de Saúde) Santo André. “Novo concurso para provimento de vagas para a Prefeitura. Teremos vagas para as mais diferentes áreas, mas muitas especialmente para a área da saúde, como médicos para as unidades de saúde e médicos especialistas, além de fiscal da vigilância sanitária, cirurgião dentista, nutricionista, uma série de cargos para que a gente posso continuar provendo a Prefeitura de Dourados com servidores estáveis de carreira”, destacou Alan.

As inscrições estão abertas de 15/7/2024 a 9/9/2024, sendo 10/9/2024, o último dia para pagar a taxa de inscrição. A aplicação da prova objetiva será no dia 20/10/2024.

Confira o edital completo aqui 

Informações Informe

Junho é mês de licenciar veículos com placas terminadas em 4 e 5 no Mato Grosso do Sul

A chegada de um novo mês marca também a mudança no calendário de licenciamento de veículos no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul). Junho é o mês de regularizar a taxa anual de licenciamento dos veículos com placas finalizadas em 4 ou 5 que juntas, totalizam 123.341 no Estado.

O cálculo do valor do licenciamento é feito em Uferms (Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul), sendo 4.53 Uferms para pagamento dentro do prazo, e de 5.88 após o último dia útil do mês. Para o mês de junho, a Resolução n° 3.386 estabelece o valor unitário da Uferms em R$ 48,78.

A taxa anual de licenciamento pode ser paga pelo autoatendimento, no portal de serviços Meu Detran ou pelo aplicativo Detran MS. Basta emitir a guia ou copiar o código de barras para pagamento. Outra opção é buscar atendimento presencial em uma agência do Detran-MS.

O porte do CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) é obrigatório e deverá ser apresentado à autoridade de trânsito sempre que solicitado, seja o documento físico impresso ou digital por meio da CDT (Carteira Digital de Trânsito).

Vale lembrar que o motorista flagrado circulando em vias urbanas ou rodovias com veículo não licenciado comete uma infração gravíssima. O art. 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê aplicação de multa de R$ 293,47 e 7 pontos na carteira, além da medida administrativa de remoção do veículo ao pátio.

Por orientação da Controladoria Geral do Estado (CGE) neste ano de 2024, o Detran-MS deu início a um novo procedimento de cobrança para os débitos de licenciamento pendentes. A definição veio após estudo que apontou inadimplência de 50% nos últimos 5 anos no pagamento das taxas anuais. De agora em diante, essa será uma prática constante, e os débitos em situação irregular estarão passíveis de envio à PGE (Procuradoria Geral do Estado) para inclusão em dívida ativa.

Mireli Obando, Comunicação Detran-MS
Foto: Detran-MS

Informe

Atenção condutores: última semana para pagar o licenciamento de veículos placa final 3

Termina nesta semana o prazo para quitar o licenciamento junto ao Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) dos veículos com placas com final 3. Ao todo, são 367.425 mil veículos que devem ser licenciados no Estado.

A taxa de licenciamento de 2024 é a mesma para todo tipo de veículo: R$ 219,34. Pode haver variação conforme o valor unitário da Uferms (Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul). Se o proprietário do veículo pagar fora do prazo, o valor será atualizado para R$ 284,70.

O licenciamento pode ser pago até dia 31 de maio, pelo autoatendimento, no portal de serviços Meu Detran ou pelo aplicativo Detran MS. Ou o cidadão pode buscar atendimento presencial em uma agência do Detran-MS até dia 29 de maio, já que dia 30 e 31 de maio não haverá expediente no órgão.

Certificado de Licenciamento

O Detran-MS alerta que o pagamento da guia não significa que o documento (CRLV) foi emitido, pois há situações que bloqueiam a continuidade da emissão, por exemplo, ter registrado uma intenção de venda ou se existir uma pendência de recall.

Portanto, é fundamental que o proprietário certifique que foi emitido o CRLV, por meio do aplicativo CDT, se o documento for digital, ou vá até uma agência do Detran fazer essa conferência.

O porte do documento CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) é obrigatório e deve ser apresentado à autoridade de trânsito sempre que solicitado, seja o documento físico impresso ou digital por meio da CDT (Carteira Digital de Trânsito).

Infração em caso de licenciamento atrasado

Vale lembrar que o motorista flagrado circulando com veículo não licenciado comete uma infração gravíssima. O art. 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê aplicação de multa de R$ 293,47 e 7 pontos na carteira, além da medida administrativa de remoção do veículo ao pátio até a regularização do documento.

Emmanuelly Castro, Comunicação Detran-MS
Foto: Álvaro Rezende

Informe

Abertas inscrições de processo seletivo para estagiários

A Prefeitura de Dourados publicou edital para realização de processo seletivo através de prova online para preenchimento de vagas e formação de cadastro reserva para estágio remunerado através do Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola). (Confira edital AQUI).

As inscrições e provas online serão recebidas somente via internet, pelo site www.ciee.org.br. As dúvidas poderão ser sanadas pela Central de atendimento do CIEE através do número 3003-2433 ou através do e-mail: eucandidato@ciee.ong.br.

Informe

DOURADINA-MS: NARRATIVAS QUE (RE) CONTAM SUA HISTÓRIA

Nelson de Lima Junior
Graduado em História pelo UFMS-CPNA
Mestre em História pelo PPGH/UFGD
Professor da Educação Básica

APRESENTAÇÃO
O presente artigo é resultado de um trabalho de campo realizado pelos alunos da Escola Estadual Barão do Rio Branco em 2016, escrito pelo Professor Nelson de Lima Junior e publicado no mesmo ano. Cabe destacar que atualmente boa parte desses alunos já concluíram o ensino superior e estão ganhando espaço na profissão que escolheram. Não buscamos na época construir uma História de Douradina, mas contar outras histórias de pessoas comuns que vão para além da história oficial. Aqui também não nos atemos a ocupação indígena do município de Douradina, embora tenha uma grande importância para a construção indenitária da região, contanto com a presença de uma comunidade indígena denominada Panambi-Lagoa Rica que abriga indígenas das etnias Guarani e Guarani Kaiowá. O texto construiu-se por meio das narrativas orais, gravadas pelos alunos e transcritas e problematizadas pelo professor. Acreditamos que se faz necessário pensar a história local, bem como valorizar os sujeitos históricos que fizeram e fazem parte da mesma. Uma boa leitura a todos!

INTRODUÇÃO
O município de Douradina, localizado no sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul, à 197 km da capital do estado comemora em 12 de maio seus 44 anos de emancipação politica. Sua história esta entrelaçada a Colônia Agrícola Nacional de Dourados, tendo a terra como ponto de partida. Assim por meio de narrativas orais, buscamos aqui construir uma teia de memórias que desembocam na história deste território que iniciou seu desenvolvimento na década de 1950, quando ainda pertencia ao município de Dourados-MT. Sendo que os primeiros migrantes vindos da região nordeste, bem como dos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, iniciaram a compra e vendas de lotes e glebas de terra por volta de 1952.
Nas narrativas de diversos migrantes, tidos como desbravadores, observamos que o anseio pela terra foi o motivo principal para o deslocamento como afirma o senhor Severino Silva o motivo pra conseguir terra, porque na época o finado Getúlio Vargas tava cortando, loteando terra, então meu pai soube e ele veio pra cá e conseguiu essa geba de terra aqui. Neste mesmo sentido que a senhora Zenaide relatou meus pais eram agricultores, trabalhavam na roça. História semelhante à do professor Reginaldo Maciel, onde diz meu pai comprou um sítio aqui onde mora ate hoje.
No desenrolar da história de Douradina, observamos ainda outras narrativas, como a do senhor Pio, que ao ser questionado sobre a sua vinda para este território citou o negócio é o seguinte, eu vim trabalhar com meu irmão aqui na fazenda pra lá de Dourados, depois vim trabalhar com meu cunhado que ele comprou uma área aqui. O mesmo foi mencionado pela senhora Alnelita Damaceno, quando diz a gente morava numa fazenda e daí o fazendeiro comprou uma fazenda aqui e trouxe a gente pra cá, a gente veio com o mesmo patrão de lá para trabalhar aqui né. Observamos nas duas narrativas que a busca pelo trabalho como forma de sustento familiar foi um fator determinante no deslocamento.

DOURADINA NO CONTEXTO DA ERA VARGAS

A ocupação das terras devolutas no contexto da Marcha para o Oeste Procede do discurso de Vargas a afirmação de que a conquista da brasilidade seria ultimada através da interiorização do país: O verdadeiro sentido da brasilidade é a marcha para oeste (Lenharo, 1985. p.56).
A Marcha para o Oeste idealizada durante o Governo do Estado Novo pelo presidente da República Getúlio Vargas (1937 a 1945), teve como objetivo impulsionar o povoamento das fronteiras do Oeste e formar novas colônias agrícolas nacionais no interior do País. Muito discutida na historiografia brasileira por historiadores a Marcha para o Oeste é vista de um lado como algo mítico e ideológico como Cassiano Ricardo em sua Obra a Marcha para Oeste (1940), e outros que apontam apenas o interesse econômico como fator determinante podendo citar Otávio Guilherme Velho que debate a ideia de capitalismo autoritário.
No entanto, Alcir Lenharo (1985), por sua vez nos traz uma discussão mais abrangente sobre o período teorizando sobre a ideia de ocupação territorial e nacionalismo que a proposta estadonovista colava. Para o autor: A conquista do oeste significava para o regime a integração territorial como substrato simbólico da união de todos os brasileiros.
A ocupação dos vazios significava não simplesmente a ocupação econômica da terra, transformada em geradora de riquezas; sua pretendida ocupação seria procedida de maneira especial, a ponto de fixar o homem a terra através de métodos cooperativos, que redimensionassem as relações sociais, de acordo com a orientação política vigente.
A transformação do oeste conquistado era também apreciada como suporte de sustentação para o novo implantado nas cidades, e sua extensão para o campo era tida como um movimento natural e inerente de acabamento da nova ordem estabelecida. (LENHARO, 1985, p. 18).
Um dos fatores que levaram Vargas a difundir esta ideia foi a preocupação sobretudo com êxodo dos campos e o superpovoamento dos centros urbanos. Neste tocante Lenharo (1985) concorda com o pressuposto de que o êxodo em massa deterioraria o valor do trabalho urbano e ameaçaria os níveis de consumo da população trabalhadora.
Nota-se que em vários pronunciamentos feitos por Vargas apresentam a proposta de fixar o trabalhador a terra, ou seja, a pequena propriedade rural, que vinham sendo sufocadas pelos grandes latifúndios baseados na monocultura de exportação. Todavia, cabe salientar que esta ocupação dos chamados sertões não era apenas uma forma de assegurar a integração nacional para um Presidente Populista, mas também havia um jogo de interesses econômicos, como aponta Lenharo: O Estado Novo viera, portanto, para orientar economicamente o país, neutralizar os efeitos dissociadores, afastar os problemas secundários limpando o caminho principal da integração das ilhas econômicas, através do alargamento do mercado interno.
O Estado Novo viera para ampliar a diversificação da produção, agrupar os núcleos econômicos através de um sistema de transportes, desta forma, assegurar um poderoso vigamento á unidade nacional. (LENHARO, 1985, p. 26). Nischikawa (2012) defende a teoria de que a ideia de sertão e vazio demográfico é uma invenção de cunho ideológico, criadas em espaços simbólicos e dicotômicos, pois o sertão fisicamente não existia, haja visto que a essa atribuição ou significado provem sempre do outro, o longe. Porém na historiografia brasileira esta definição de sertão é empregada em duas hipóteses sendo a primeira atribuída pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como uma das subáreas nordestinas, árida e pobre, situada a oeste das duas outras, a saber, agreste e zona da mata (NISHIKAWA, 2012, p. 61).
Já no contexto do Estadonovista este termo convém para indicar espaços de terras vazios e desabitadas. Dentro deste contexto vão surgir entre 1937 e 1945 às primeiras colônias agrícolas nos locais indicados como sertões, podendo citar os Estados de Goiás, Amazônia e Mato Grosso, sendo submetidas diretamente ao Ministério da Agricultura. Deste modo as colônias agrícolas nacionais foram pensadas como verdadeiras autarquias, replicas, em miniatura, do mercado nacional, microssomos econômicos do país (LENHARO, 1985, p. 47).
Caio Prado Jr, por sua vez, argumenta que o país precisava ser recolonizado por meio da divisão das grandes propriedades e da redistribuição das terras já exploradas. É notável como o autor atribui o termo recolonizado, que nos faz ater a outra discussão a questão indígena, ou seja, parte dessas terras que eram consideradas vazias já foi ocupada por índios, no entanto não faremos colocações mais a fundo.
Desta forma, empresas de colonização particulares começam a adquirir terras das Colônias Agrícolas com o intuito de colonizá-las, haja visto que a Marcha para o Oeste era uma política de estimulo á ocupação do interior do Brasil. Alcir Lenharo (1985) sobre colonização salienta que: […] a colonização exige não mecanismos burocráticos, mas, ao contrario, organizações ágeis, com capitais, e, particularmente, com espírito de iniciativa e sacrifício por parte dos seus dirigentes e essas qualidades, assegura, só podem surgir nas livres atividades. (LENHARO, 1985, p. 45). Em complementação a esta ideia de Lenharo, Nishikawa (2012) argumenta que colonizar é, sobretudo, povoar, governar e proteger.
No entanto, as companhias de colonização particular pensavam apenas nos lucros e na garantia de status, sendo esta maneira de colonizar consideradas por alguns autores como colonização econômica, algo totalmente contrário ao que o Estado Novo pregava. Gregory (2002) afirma que dentro do contexto da Marcha para o Oeste, o Brasil desencadeou um processo de colonização e de ocupação, que favoreceram na criação e no estabelecimento de companhias madeireiras e de colonização nacionais que adquiriam suas terras.
Dentro deste contexto também surgem novos sujeitos históricos, os chamados pioneiros que eram pessoas bem-sucedidas, que agiam como elementos de atração para impulsionar a migração de alguns grupos para a nova região. Neste contexto, o senhor Severino Silva citou Luiz Zahran, José Manoel da Silva, João Francisco Janos, Abraão Nunes Cerqueira, Firmo Inácio da Silva, Abílio Janos e José Nunes de Andrade, como primeiros moradores deste território, sendo proprietários de lotes rurais adquiridos da Colônia Agrícola Nacional de Dourados. Já o senhor Reginaldo Maciel exaltou a influência migratória, ao descrever que vieram nas décadas de setenta, nordestinos, gaúchos, paulistas e foram desbravando, foram plantando soja, trigo.

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Acerca dos primeiros contatos com o local, podemos observar diferentes impressões:

1952 A impressão foi ruim né, porque a gente chega, só tinha mata e mora dentro da mata. Nóis chegou aqui em 1952. Morava num garpãozinho de sapé e tudo era mato isso aqui e em outro momento da entrevista onde diz aqui era sertão. (Severino Silva).

1970 Douradina no início era só mata, só apreciavam mata, Bocaja mesmo era só mata fechada. (Norma Eliceche)

1970 Era bem pequena, só tinha um botequinho e casinha bem pouquinha, só tinha aquela rua principal ali, só aquela principal, onde hoje é o Zé Goiaba e loja só tinha do senhor Toninho de roupa, de pano e uma barbearia. (Cecilia do Nascimento Silva).

1976 Cidadezinha era fraquinha, quando cheguei aqui, depois foi aumentando mais […] não era bem estruturada, não tinha nada de asfalto, só terra. Era um povoadozinho […] a maioria das casas era de madeira. (Pio)

1976 Era uma cidadezinha menor do que é hoje, não tinha asfalto, difícil, tinha muita dificuldade. (Reginaldo Maciel)

1982 Eu achei a região agrícola muito boa, terra plana, e eu fiquei gamado por essa região. (Paulo Picioni).

1986 Um lugar bom, gostoso de se viver né (Fatima Ap. Carpes Melo).

1988 Douradina naquele tempo era de terra, não tinha asfalto, não tinha nada. (Alnelita Damaceno Pereira).

Um lugarzinho bem pobre, bem pequeno, mas bem aconchegante, bom pra se viver. (Zenaide).

DO COTIDIANO LOCAL
Após a ocupação deste território e desenvolvimento agrário, Douradina surge em 1956 como Distrito de Dourados, pertencente ao Estado de Mato Grosso. Como narra o senhor Severino o desenvolvimento daqui foi que começou a chegar os colonos, começaram a tirar os terrenos, receberam terra, foram chegando, fazendo moradia, aí foi indo até que chegou ao ponto de se reunir, sentar e foram discutir pra formar a cidade no ano de cinquenta e seis.
Do cotidiano do pequeno povoado ressaltamos a relação com a terra, presente em várias histórias contadas. Podendo citar, como exemplo a do senhor Severino quando questionado sobre o dia-a-dia em Douradina mencionou era mexer com a terra né, plantando roça. Cotidiano semelhante aos dos pais do senhor Reginaldo meus pais sempre foram da roça, tirando leite, cuidando e vacas, plantando roça.
Para além do trabalho, percebemos as relações sociais construídas entre a pequena população, voltadas para o compadrio, rodas de conversas, religiosidade, brincadeiras, entre outras. Relações estas percebidas nas narrativas abaixo:
A diversão era ir pra casa dos amigos conversar (Severino Silva)

As festas que tinha aqui era da igreja ( Pio)

Há, era muito bom, aquelas festas, aquelas quermesses na praça, era muito divertido e hoje já não tem mais isso né. Tinha baile na poli, a gente vinha do sitio de a pé, aquela renca de gente, todo mundo animado, era muito bom. (Geani).

As festas eram de igreja e dos veteranos que começou né. (Fatima Ap. carpes Melo).

Douradina tinha festas juninas que depois passaram a ser agostinas e as festas da igreja. (Reginaldo Maciel).

Eu tive uma infância muito boa, divertida, na época que eu morei lá na quarenta e quatro, num sitio que tem lá até hoje, na época a gente, era criança pequena e se divertia muito nos cafezais, naquela época as brincadeiras era muito tranquila […] gostava de roubar goiaba, diversão pura, a gente só sabia brincar e brincar. (Zenaide).

As relações sociais colaboraram para o fortalecimento da conquista de sonhos na pequena Douradina, uma vez que o fortalecimento dessas relações culminou no desenvolvimento do Distrito. Para o senhor Severino, ao ser indagado sobre o desenvolvimento da região […]começou a chegar os colonos, tiraram o terreno, receberam terra, foram chegando, fazendo moradia, aí foi indo até chegar o ponto de se reunir, sentar e foram discutir pra formar a cidade no ano de cinquenta e cinco, cinquenta e seis. Já a senhora Norma Eliceche mencionou que o desenvolvimento só foi conquistado por meio da agricultura e luta de homens e mulheres, sendo solicitado pela própria comunidade Distrital a emancipação do município e passando a organização de luta, discussões políticas por parte das lideranças locais.

É HORA DE EMANCIPAR!
Após 24 anos da chegada dos primeiros colonos, iniciou-se o processo de luta pela emancipação político-administrativa. Assim no ano que o Prefeito João Câmara atuava em Dourados, então sentaram e discutiram como fazia para formar município, aí acharam por bem, o município emancipar isso aqui Douradina a município. O município de Douradina foi criado pela lei n°78 de 12 de maio de 1980, mesmo ano em que ganharam emancipação os municípios de Costa Rica, São Gabriel do Oeste, Selvíria e Taquarussu. Acredita-se que o nome foi uma homenagem a cidade de Dourados. Em 1981, foram criados através de Leis próprias os Distritos de Bocajá e Cruzaltina, passando a fazer parte do território municipal.

O QUE SIGNIFICA MORAR EM DOURADINA?

Pra mim o que representa aqui, pra mim é bom, porque eu posso dizer que é minha terra natal né, eu vi aqui crescer, eu passei a minha infância aqui e já to na minha velhice aqui. Eu me acho empolgado por que aqui é minha terra natal né e eu não tenho outro lugar melhor no mundo do que aqui. (Severino Silva).

Continua sendo uma cidade pequena, mas temos uma grande vantagem, estamos perto de uma cidade considerada grande, a segunda maior cidade do estado que é Dourados. É uma cidade pequena, mas você anda trinta e cinco quilômetros e já esta em Dourados. (Reginaldo Maciel).

Douradina representa o meu tudo porque foi aqui que eu nasci e me criei. (Zenaide).

Douradina pra mim é uma cidade tranquila, sem muito problema, muito boa pra se morar. (Paulo Picioni).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aqui não finalizamos as discussões, mas abrimos para que outras histórias possam ser contadas, (re) contadas e vivenciadas. Não buscamos construir um texto apegado as normas cultas, mas um escrito que proporcionasse uma leitura tranquila. As falas foram transcritas da forma com que nossos agentes históricos disseram.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALBERTI, V. 2004. Manual de História Oral. Rio de Janeiro: Editora FGV.
ALBUQUERQUE JR. Durval Muniz. O Objeto de fuga: algumas reflexões em torno do conceito de região. Fronteiras, Dourados, MS, v. 10, n. 17, p. 55-67, jan./ jun. 2008.
ARRUDA, Gilmar. Cidades e Sertões: entre a história e a memória. Bauru – SP: EDUSC, 2000.
BARROS, José D Assunção. O Projeto de Pesquisa em História: da escolha do tema ao quadro teórico.8ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
GRAÇA FILHO, Afonso de Alencastro. História, Região & Globalização. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2009.
GREGORY, Valdir. Os eurobrasileiros e o espaço colonial: migrações no oeste do Paraná (1940-70). Cascavel – PR: EDUNIOESTE, 2002.
LAVERDI, Robson. Tempos diversos, vidas entrelaçadas; trajetórias itinerantes de trabalhadores no extremo-oeste do Paraná. Curitiba: editora, 2005, 341p.
LENHARO, Alcir. Colonização e Trabalho no Brasil: Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste. Campinas: Editora da Universidade Estadual de Campina (UNICAMP), 1985.
MARTINS, Marcos Lobato. História Regional. In: PINSKY B. (org.). Novos temas nas aulas de História. São Paulo- SP: Contexto, 2009.
POLLAK, Michel. Memória, Esquecimento, Silencio. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.2 n.3, 1989, p.3-15.
PORTELLI, Alessandro. O que faz a história oral diferente. Trad. Maria Therezinha Janine Ribeiro, Proj. História, São Paulo, 1997.
VIEIRA, Maria do Pilar de Araujo. A pesquisa em história. 5. Ed.- São Paulo: Ática, 2007.

ENTREVISTADOS
Severino Silva
Senhor Pio
Reginaldo Maciel
Zenaide
Norma Eliceche
Paulo Picioni
Alnelita Damaceno Pereira
Marcos Antônio de Oliveira
Cecilia do Nascimento Silva

ALUNOS ENVOLVIDOS
Caio Eduardo Melo
Ana Carolina da Silva
Bruna Sthefany dos Santos Paixão
Helena Carolina Fernandes da Fonseca
Rozaine Alves Soares
Cassio Lima Aredes
Paulo dos Santos Cardoso Junior
Ana Clara Assunção da Silva
Kassiany Zomerfeld Oliveira
Matheus Henrique Ferreira Oliveira
José Leonardo Benagio Campos
Milena Matos
Geovana Hevelyun Oliveira Rodrigues
Rodrigo Piccioni Brignoni
Caio Magno Marques Souza
Luan Carlos Carpes Silva
João Vitor Lorenzi da Rosa
Willian Bispo dos Santos
Jin Bok
Thais Tavares Nieri
Julyane Gomes Barros

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