quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
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DO FUTSAL SUL MATO-GROSSENSE PARA EUROPA

Treinador Marcos Espósito fará sua estreia sexta-feira (30) a frente do Belfast Celtic da Irlanda do Norte.

TRAJETÓRIA 

Natural de Dourados- MS, Marcos Espósito ou simplesmente ‘’Marquinhos’’ como é conhecido no salonismo do estado, comandará o Belfast Celtic na temporada 22/23. O treinador dirigiu diversas equipes, como a FAEN UFGD; Selecionado da UFGD; Embrasa Futsal; Grat´s Futsal; Selecionado de Jateí MS; Santo Antônio da Picadinha; Macaúba SIAS e Colonial feminino de Indápolis.
Com 28 anos de idade, Marquinhos é o treinador mais jovem na atual temporada na Irlanda do Norte e também o único comandante brasileiro. 

CELTIC E COMPETIÇÕES
Na temporada passada o clube foi campeão da Segunda Divisão da Irlanda do Norte, obtendo o direito de disputar a NI FUTSAL SUPER LEAGUE 22/23 (competição de elite do país), onde o campeão se torna representante da Irlanda do Norte na UEFA FUTSAL CHAMPIONS LEAGUE. A equipe competirá também na NORTHERN IRELAND CUP, ambas as competições organizadas pela NORTHERN IRELAND FUTSAL FEDERATION (entidade nacional do futsal).
Espósito terá a disposição jogadores de diversas nacionalidades, como irlandeses, portugueses, brasileiros e um galês. Perguntado sobre a comunicação com o grupo, o treinador respondeu:
‘’Estudo o idioma inglês durante a semana no curso que faço no período matutino e estou conseguindo me expressar para transmitir as informações necessárias durante os treinamentos, às vezes tenho dificuldades nisso, mas quando acontece os jogadores brasileiros e portugueses que já dominam a língua inglesa me ajudam’’.
O treinador relata também o nível de jogo do futsal no país:
‘’Pude assistir apenas algumas partidas da temporada passada por vídeos e também nesta temporada alguns jogos da primeira rodada na cidade de Belfast. Penso que o futsal aqui está em desenvolvimento, a liga nacional da Irlanda do Norte é jovem, mas já possui boas equipes e o país proporciona uma estrutura muito boa pra prática do futsal, mas também enxergo que são necessárias algumas melhorias a respeito dos jogos’’.

SOBRE A PREPARAÇÃO:
‘’O Celtic está treinando a cerca de um mês e devido o futsal aqui ser amador, as sessões acontecem três vezes na semana e os atletas não conseguem realizar sempre todas as sessões da semana, por conta do trabalho ou outros compromissos, mas mesmo com essa dificuldade o grupo vem evoluindo e acredito que em breve poderemos competir em pé de igualdade com qualquer outra equipe no país’’.
O Belfast Celtic estreará na NI FUTSAL SUPER LEAGUE 22/23 na sexta-feira (30) às 20 horas (horário local) contra a equipe do Afrimeripean que já realizou sua primeira partida com vitória na competição. Ainda não há confirmação de transmissão ao vivo da partida.

Informações Outras Notícias

22 de Março.DIA MUNDIAL DA ÁGUA.

SEGURANÇA HÍDRICA:
Neste quesito Dourados está em outro patamar.

Diante das perspectivas de escassez hídrica que assusta e preocupa as autoridades mundiais, tendo em vista que já é um flagelo para parte da humanidade, pois nós temos um bilhão e 200 milhões de pessoas que não tem acesso a água tratada no planeta, abordaremos a insegurança hídrica mundial e a nossa questão local.
Os desafios para melhorarmos os índices de população atendida com serviços de distribuição de água tratada e serviços de coleta de esgoto são os grandes propósitos do novo Marco Regulatório do saneamento, sancionado em 2020, que estabelecem metas de níveis audaciosos até o ano de 2033, estabelecendo metas de 90% para esgotamento sanitário e universalização de água tratada para todos os municípios do Brasil, exigindo-se vultosos recursos.
Embora a discussão sobre o novo Marco Regulatório não tenha tido uma discussão democratizada com a sociedade e em especial com os segmentos que atuam na área, mesmo ocorrendo reações da AESBE ( Associação das Empresas Estaduais Públicas de Saneamento )se prevaleceu as forças de defesas da iniciativa privada dentro do Congresso Nacional que defenderam que a água deveria ser vista como bem de capital econômico, prevalecendo-se desta forma a vontade do grande capital e sua capacidade de organização para se infiltrar nas decisões governamentais.
Embora o orçamento público para esta área por parte do governo federal sejam de valores pífios, o novo Marco Regulatório transfere esta responsabilidade para as parcerias públicas privadas, ( PPP,s), extingue os monopólios públicos sobre os sistemas, eliminando os contratos de programas entre estados e municípios e tornam obrigatórias as licitações das concessões dos serviços de saneamento em todo país.
Esta decisão do governo federal nos coloca em grau elevado de preocupação, visto que as experiências de privatização destes serviços não corresponderam as expectativas em diversos países europeus e estes estão reestatizando novamente suas concessões, diante das frustrações com o setor privado, que obviamente prioriza os acionistas em detrimento do interesse social, pois saneamento em seu novo conceito não é apenas de ordem básica, mas amplia-se para uma
visão plena de meio ambiente, que diante do comportamento das empresas privadas, isso fica em segundo plano.
Os sistemas de saneamento são exigentes, necessitam de manutenções corretivas e preventivas sistematicamente, caso contrário, inevitavelmente é precarizado, tal exemplo é a CEDAE, empresa estatal do Rio de Janeiro que recentemente foi entregue a iniciativa privada, contrariando uma tendência global dos esforços de muitas cidades no mundo e no Brasil para devolver estes sistemas as mãos públicas.
No mundo são 267 casos de reestatização, tal situação é impulsionada por um leque de fatores, entre estes são serviços inflacionados, ineficientes e com investimentos insuficientes, além de uma gritante falta de transparência e manipulação de números, sendo o Brasil o vice-líder mundial em processos de reestatização dos sistemas, perdendo tal condição apenas para a França.
Entre estas cidades temos Berlim, Paris, Budapeste,Bamako,Buenos Aires, Maputo e La Paz, sendo um claro indicador que o NOVO MARCO REGULATÓRIO DO SANEAMENTO do Brasil é algo contraditório e questionável, pois percebe-se uma transferência de investidores para o setor em nosso país, diante do lobby fortíssimo praticado pela iniciativa privada em Brasília.
Neste mesmo diapasão, mas saindo de uma análise da conjuntura mundial sobre o saneamento, nos verteremos para Dourados, saindo de uma visão global para o nosso local, afinal ações locais promovem efeitos holísticos.
Em Dourados nós estamos em outro patamar, quando se compara questões relacionadas ao abastecimento de água, pois este serviço já é universalizado, com todas as obrigações sanitárias cumpridas, obedecendo todos os parâmetros de potabilidade que são exigidos pela Anvisa e Ministério da Saúde, com água tratada de forma eficaz.
A Sanesul está instalando nos sistemas de distribuição de água de nossa cidade 22 válvulas redutoras de pressão, cujo propósito é termos uma pressão média para todo o quadrilátero urbano, tendo em vista as pressurizações das redes que são desproporcionais, excessivas em alguns pontos e deficientes em outros, sendo que com esta tecnologia teremos condições de operar os sistemas com maior eficiência na distribuição e reduziremos de forma significativa os rompimentos de redes e ramais, diante de uma menor pressurização do sistema.
Nós já instalamos quinze válvulas até o presente momento e destas já possuímos treze que estão no período noturno trabalhando com pressões mínimas, tendo em vista que das 22h às
05h praticamente não há consumo, contribuindo para maior pressurização neste período e promovendo rompimentos das tubulações nas madrugadas.
O objetivo da Sanesul é aprimorar seu sistema de abastecimento em Dourados e a médio prazo buscarmos a plena excelência dos serviços que oferecemos, pois com as válvulas nossas manutenções sairão de uma rotina densa de correções para ações preventivas, que irá impactar em menores transtornos nas vias públicas.
Comparada aos setores privados de saneamento, a Sanesul pratica tarifas justas e pelos serviços de esgotos a tarifa é apenas 50%, sendo que a maioria das empresas trabalham com proporcionalidades de cobranças bem maiores sobre o consumo de água.
Em Dourados possuímos segurança hídrica para pelo menos 25 anos, desde que o ciclo hidrológico não seja prejudicado, sendo nossa obcessão diária estender ainda mais este prazo, por isso para nós a melhor forma de demonstrar para sociedade que correspondemos com aquilo que se propusemos é ter o conforto que em nossa cidade nós não discutimos falta d’água, nós discutimos aprimoramento e eficiência dos sistemas, que requerem obviamente muitas obras e essas geram transtornos momentâneos,principalmente para aqueles que não possuem reservatórios mínimos em suas residências, ( CAIXAS D’ÁGUA).
Os desafios são constantes, pelo caráter da essencialidade dos serviços que oferecemos, mas somos otimistas para garantir que a médio prazo Dourados será referencial para este país, elevando ainda mais a imagem da Sanesul, empresa pública, consolidada, que se encontra entre as maiores gigantes do setor, sendo orgulho para o Mato Grosso do Sul e sua gente.
Saneamento é saúde preventiva, é política pública obrigatória em todos os programas de governo, portanto devemos exigi-la, nos cabendo enquanto trabalhadores do setor se organizar e aumentar a representação no Congresso Nacional, pois a defesa da coisa pública urgentemente precisa ter voz para fazer os contrapontos necessários à frente do setor privado, que está constituída inclusive com bancadas de deputados que diariamente se organizam para suplantar a gestão pública e vender nossas estatais, convergindo com a visão ultraliberal do governo federal.
Que o Mato Grosso do Sul, através da Sanesul, continue demonstrando que o modelo público de gestão implementado por esta empresa continue norteando e demonstrando que embora estejamos inseridos no mercado, podemos demonstrar que somos competitivos e sendo referência para o setor de saneamento


Madson Valente.
Geógrafo-Professor e atualmente é Gerente Regional da Sanesul de Dourados.

Esporte Eventos Outras Notícias

Flamengo e Palmeiras abrem Brasileirão no Maracanã

Por Rogério Vidmantas

Imagem: Agência Palmeiras

CBF divulgou detalhamento das dez primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro

O Brasileirão começa no último fim de semana de maio e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nesta terça-feira (11) o detalhamento das primeiras dez rodadas. Os jogos foram concentrados nos sábados e domingos com diversas faixas horárias. A competição será disputada em 38 rodadas com a última marcada para o dia 5 de dezembro.

Uma das novidades aparece já no primeiro jogo. O campeonato começa no sábado, 29, às 10h (MS) com o campeão da Série B em campo. Na Arena Condá, a Chapecoense-SC recebe o Red Bull Bragantino-SP. No mesmo dia jogam Bahia-BA e Santos em Pituaçu e Cuibá-MT e Juventude-RS na Arena Pantanal, ambos às 18h (MS). Às 20h (MS), jogam São Paulo e Fluminense no Morumbi.

A primeira rodada segue no domingo, 30, com mais seis partidas. Às 10h (MS), o Atlético-MG recebe o Fortaleza-CE no Mineirão. Às 15h (MS), três jogos e um deles coloca frente a frente os dois apontados como favoritos ao título. No Maracanã, o Flamengo, atual campeão, recebe o Palmeiras, campeão da Libertadores. Em Fortaleza, o Ceará-CE recebe o Grêmio e em Curitiba, o Athletico-PR enfrenta o América-MG.

O Corinthians estreia contra o Atlético-GO, às 17h15 (MS), na Neo Química Arena. A rodada termina em Porto Alegre, 19h30 (MS) com Internacional enfrentando o Sport-PE no Beira-Rio.

Retrato da pataxó Rutian do Rosário Santos no centro histórico de Salvador Imagem: Raul Spinassé
Ação Social Outras Notícias

Na negra Salvador, indígenas lutam para estudar e criar comunidades urbanas.

 

Estudante de letras e artista visual, Sandy Eduarda, 27, encontrou nos estudos uma forma de resistência. Yacunã, seu nome indígena, é da etnia tuxá, com origem no município de Rodelas, norte da Bahia.

A própria comunidade a incentivou a cursar o ensino superior. “Eu precisava sair para me instrumentalizar com o conhecimento do não indígena e poder ajudar o meu povo na luta pelo território”, explica.

 

O último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que, em 2010, 7.552 indígenas habitavam os 20 subdistritos de Salvador. Parte, como Yacunã, ainda fortemente ligada às aldeias onde brotaram suas raízes. Outros tantos perderam laços com sua gente.

 

 
 

 

Muitos indígenas —conectados às suas origens ou não— residem no bairro da Federação. Além de estarem próximos à universidade, foram atraídos uns pelos outros.

Não há levantamento que demonstre o aumento da concentração de indígenas próximo à universidade, mas é impossível negar que o campus atrai estudantes do sistema de cotas.

Atualmente, segundo dados da própria UFBA (Universidade Federal da Bahia), entre os quase 28 mil estudantes, 205 são indígenas. O desempenho acadêmico desses estudantes é igual ao dos demais. “As cotas cumpriram seu objetivo de democratizar o acesso. Os alunos indígenas têm um bom desempenho”, afirma o pró-reitor de graduação, Penildon Pena.

Os indígenas da área metropolitana de Salvador buscam maneiras de marcar território em meio à capital, onde, segundo o último Censo do IBGE, oito em cada dez pessoas são negras. Para tanto, além dos traços da indumentária, usam as pinturas corporais.

 

 

As dificuldades para que os indígenas se adaptem ao meio urbano são tema da pesquisadora Maria Hilda Paraíso, cientista social e antropóloga da UFBA, para quem uma das formas de tornar essa empreitada menos complicada é o convívio com outros indígenas.

Difícil enfrentar a mudança de hábitos e as formas de relações sociais hierarquizadas. Quando convivem com outros índios isso se torna, digamos, menos doloroso.
Maria Hilda Paraíso, cientista social e antropóloga

Yacunã vivencia dentro da UFBA —e também fora dela— a mesma luta que seu povo enfrenta há mais de 30 anos, desde que a construção de uma barragem expulsou os tuxás da aldeia de origem.

Com o fim da antiga Rodelas, alagada, a aldeia passou a estar em uma área não mais demarcada. Hoje, em Salvador, Yacunã também se sente um peixe fora d’água, como um matrinxã retirado do rio São Francisco, que aliás banha a sua Rodelas.

No Alto das Pombas, comunidade que fica no mesmo bairro da Federação, Yacunã tem dois amores. Lésbica e ativista do movimento LGBTQIA+, um deles é a namorada, Itayná Ranny; o outro é a luta pela aceitação da presença indígena na capital da Bahia.

“É um imaginário muito estereotipado. Falam: ‘Como assim você é indígena? Você está na universidade, você usa calça jeans, você usa tênis’.”

Por causa de sua orientação sexual, outra briga foi conquistar espaço na própria aldeia. “Eu bati o pé e falei: ‘É isso mesmo’. Não abri mão da minha cultura para vivenciar minha sexualidade, sabe?”

Integrante do Coletivo Tibira, primeiro de indígenas LGBTQIA+ do Brasil, concluiu que, na verdade, a LGBTfobia não faz parte da tradição indígena. “Não é um discurso nosso e nem da nossa cultura. É algo que foi imposto pelo branco”, diz.

 

Elevador Lacerda, no centro histórico em Salvador - Raul Spinassé - Raul Spinassé
 
Elevador Lacerda, no centro histórico em Salvador
Imagem: Raul Spinassé

 

Rutian Pataxó: respeito além do horizonte

Depois de séculos de exploração, violência, doenças e escravização, os indígenas seguem lutando por território onde hoje existe uma metrópole com 3 milhões de habitantes. O objetivo de muitos indígenas que vivem em Salvador é buscar formação especializada.

Poucos são tão obstinados nessa missão quanto Rutian do Rosário Santos, 30. Integrante da segunda turma de cotas indígenas da UFBA, moradora de Salvador desde 2008, Rutian Pataxó é formada em economia e hoje estuda direito na mesma universidade.

Para Rutian, que veio de Coroa Vermelha, indígenas precisam estudar e se aprimorar.

Apesar de estar em uma cidade negra, a universidade ainda é de brancos, homens e héteros. Quando cheguei, existia uma barreira invisível entre cotistas e não cotistas.
Rutian Pataxó, estudante

Ela explica que a definição do que seriam indígenas em áreas urbanas é controversa até mesmo dentro do movimento indígena. São os que moram nas cidades e não têm ligação com as aldeias? São os que mantêm laços com as origens e foram morar na cidade? Ou simplesmente os que vivem nas chamadas aldeias urbanas, próximas às metrópoles?

Fusão com africanidade

A luta pela preservação da cultura une a todos e, nisso, a africanidade da primeira capital do Brasil ajuda. Rutian e outros indígenas bebem na fonte da negritude para manter hábitos.

Na região da Cidade Baixa, que margeia a Baía de Todos os Santos, descobriram a Feira de São Joaquim, onde encontram utensílios e ingredientes usados nas religiões de matriz africana, por exemplo. Não encontram a folha da patioba, mas descobriram a da bananeira.

“A gente viu que eles têm uns utensílios de barro e compramos para fazer nossas comidas”, conta.

Apesar de marcada pelas tensões do processo de colonização e escravização, sempre existiu uma troca dinâmica entre negros e indígenas. Com o tempo, as duas culturas exploradas se fundiram, em alguns casos até religiosamente.

“Isso se expressa de forma marcante no ambiente dos candomblés de caboclo”, exemplifica Fabrício Lyrio, especialista em história dos povos indígenas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

Na busca por cada vez mais espaço, os indígenas tentam se manter coesos. Por isso, tudo é feito em grupo. “O que mais impressiona na cidade é o egoísmo, a individualidade. O espírito coletivo é uma coisa que a gente aprende dentro de casa. Sempre estamos juntos”, compara Rutian.

Apesar disso, ela não sabe se um dia vai retornar para Coroa Vermelha. “Acho que você precisa colaborar com a luta de onde você estiver.”

 

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