quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Saúde

Janeiro Roxo chega para combater o preconceito e conscientizar sobre a Hanseníase

Apesar da condição milenar e devido ao seu passado histórico, a hanseníase é uma doença que infelizmente está atrelada ao preconceito e este paradigma precisa ser quebrado. Pensando nisso, a campanha ‘Janeiro Roxo’ tem por objetivo alertar a população para os principais sinais e sintomas da hanseníase e desmistificar a doença, uma vez que os pacientes acometidos por ela, se realizar o tratamento correto, podem levar uma vida normal e saudável sem risco de transmissão.

“O ‘Janeiro Roxo’ alerta sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce e a luta contra o preconceito. É importante que os profissionais de saúde atuem constantemente junto à comunidade e outros atores sociais com atividades de redução do estigma, da discriminação e no fortalecimento dos direitos da pessoa acometida pela hanseníase”, esclarece a Gerente Técnica do Programa Estadual de Hanseníase da Secretaria de Estado de Saúde, Laryssa Almeida de Brito Ribeiro.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium Leprae. A doença não leva ao óbito, porém tem grande potencial incapacitante. Por afetar os nervos, a hanseníase causa no indivíduo a perda de sensibilidade ao frio ou calor, ao toque e à dor e o paciente pode se machucar e não perceber.

Segundo a Sociedade Brasileira de Hansenologia, o Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo e a cada ano mais de 30 mil pessoas são diagnosticadas com a doença.

Em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), foram notificados 493 casos novos no ano de 2019, 265 em 2020 e 264 em 2021. Essa diminuição no número de diagnósticos foi observada devido a pandemia da Covid-19, onde neste período (2020 e 2021), a população deixou de buscar as unidades básicas de saúde. E no ano de 2022 foram registrados 239 casos.

Assim, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase oferece às equipes de saúde dos municípios capacitações para diagnóstico, tratamento e acompanhamento das pessoas com hanseníase, além de manter as equipes atualizadas quanto aos guias práticos sobre hanseníase, materiais didáticos, notas técnicas e outras publicações do Ministério da Saúde.

Desta forma, a SES/MS propõe e incentiva atividades nas comunidades para a eliminação do estigma, discriminação e fortalecimento dos direitos da pessoa acometida pela hanseníase. O programa busca estimular a utilização da Caderneta de Saúde da pessoa acometida pela hanseníase e disponibiliza todos os medicamentos usados durante o tratamento garantindo sua distribuição para todos os municípios do Estado.

Transmissão

O principal meio de transmissão da hanseníase se dá através de vias respiratórias (inalação de gotículas – secreções nasais, tosses, espirros) por meio de contato próximo e prolongado, com um doente acometido pela hanseníase que não está sendo tratado.

Principais sinais e sintomas

A pele pode apresentar lesões ou manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas com alteração da sensibilidade térmica, ao tato ou à dor;

Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência e a pessoa pode se queimar e/ou machucar sem perceber;

Pode ocorrer a diminuição dos pelos e suor em algumas áreas e a diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés.

Vale advertir que há um pequeno número de casos em que os pacientes não apresentam lesões na pele, mas apenas dormência ou dor no trajeto dos nervos, podendo afetar os olhos e outros órgãos internos. Isso geralmente acontece quando os pacientes ficam um longo período sem diagnóstico o que ocasiona a evolução e avanço da hanseníase. As articulações e juntas do corpo, como cotovelos e joelhos, podem ser afetadas e apresentarem inflamação, desenvolvendo artrite nesses locais.

Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico-epidemiológico, realizado por médicos dermatologistas por meio de exame da pele e dos nervos para identificar lesões com alterações motoras e de sensibilidade. Em caso de diagnóstico positivo para hanseníase, oriente as pessoas próximas a também procurarem atendimento médico para serem examinadas.

O diagnóstico tardio e desenvolvimento de reações hansênicas são alguns dos fatores para o desenvolvimento de incapacidades físicas.

Tratamento

O tratamento é realizado através da associação de medicamentos – Poliquimioterapia – fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), disponíveis em qualquer unidade de saúde. É essencial que o doente não abandone o tratamento ou deixe de tomar os remédios.

Antigamente, os pacientes ficavam em ambientes isolados e tinham seus itens de uso pessoal separados dos demais, mas hoje é de conhecimento público que a transmissão não se dá por meio dos objetos pessoais do paciente, sendo o isolamento desnecessário e estigmatizante ferindo os direitos da pessoa acometida. O tratamento é efetivo não sendo necessárias tais atitudes.

O diagnóstico precoce e o início do tratamento interrompem a cadeia de transmissão e evita sequelas. Em caso de qualquer sinal ou sintoma, procure uma unidade de saúde.

Informe Saúde

Projeto de saúde leva práticas saudáveis para dentro de presídio em Rio Brilhante

“Saúde Total: Mudando Hábitos e Perdendo Peso” é o nome do projeto que que está sendo realizado no Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante (EPFRB), levando práticas saudáveis para custodiadas que se encontram em grau de obesidade 2 e 3.

Além de estimular a perda de peso, a iniciativa busca propiciar o entendimento sobre os riscos da obesidade, promover a prática de exercício físico, estimular a exposição à luz solar e o consumo regular de água.

O projeto foi elaborado pelo Setor de Saúde em conjunto com a direção da unidade prisional, após as profissionais observarem que que algumas custodiadas se encontram em grau de obesidade, o que acarreta em inúmeros prejuízos à saúde, tais como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, respiratórios, entre outros.

O “Saúde Total” teve início nessa segunda-feira (16.1) com programação, inicialmente, de durar seis meses. No momento, 14 internas voluntárias estão inseridas nas ações. “Semanalmente serão realizadas rodas de conversa, conduzidas por profissionais da área da Saúde, Serviço Social, Psicologia e Nutrição, abordando temas variados”, explica a diretora do EPFRB, Lígia Maria Asato.

Segundo a dirigente, está sendo formalizada parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social de Rio Brilhante para disponibilização de uma psicóloga, e com a Fundação de Cultura, Esporte e Lazer de Rio Brilhante para profissional de Educação Física.

Entre os assuntos trabalhados com a reeducandas estão: alimentação adequada e saudável; consequências da obesidade; fome e saciedade; teor de sal, açúcar e gordura nos alimentos; leitura de rótulo dos alimentos; importância da água e das fibras; autoestima e motivação, fatores emocionais que contribuem para ganho de peso; exercício físico e emagrecimento.

O projeto é coordenado pela policial penal Fernanda Araújo, responsável pelo Setor de Saúde a unidade, em conjunto com a técnica de enfermagem Zuleide Marques, e conta também com o apoio de outras servidoras que possuem conhecimento na área como a policial penal Flávia Adriane Borges, que é formada em Nutrição. Além disso, tem o suporte da empresa Nutri &Saúde, responsável pelo fornecimento da alimentação às custodiadas do presídio de Rio Brilhante.

Assessoria de Imprensa Agepen
Foto: Divulgação/Agepen

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com